~~ Antes ~~
... APRENDIZ DE AUSÊNCIA ...
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Morrer
como quem desagua sem mar
e, num derradeiro relance,
olha o mundo
como se ainda o pudesse amar.
)(
Morrer
depois de me despedir
das palavras, uma a uma.
)(
E no final
descontada a lágrima
restar uma única certeza:
)(
não há morte
que se baste
para se deixar de viver.
)))))))(((((((
Mia Couto
Tradutor de Chuvas - 2011
Idai formou-se a 4 de Março e durante 15 dias, ativando-se e enfraquecendo,
provocou grandes tempestades tropicais. A 15 de Março atingiu três países
de modo ciclónico, intenso e altamente destrutivo.
... HORÁRIO DO FIM ...
provocou grandes tempestades tropicais. A 15 de Março atingiu três países
de modo ciclónico, intenso e altamente destrutivo.
... HORÁRIO DO FIM ...
~~~~~~~~~~~~~~~~~~
morre-se nada
quando chega a vez
*
é só um solavanco
morre-se nada
quando chega a vez
*
é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos
*
morre-se tudo
morre-se tudo
quando não é o justo momento
*
e não é nunca
esse momento
********
Mia Couto
Raiz de Orvalho e Outros Poemas
1999
*
e não é nunca
esse momento
********
Mia Couto
Raiz de Orvalho e Outros Poemas
1999
Impressiona-me a falta de água potável
)))))0(((((
Mia Couto declarou a Anabela M Ribeiro que é um biólogo a tempo
inteiro e escritor nos intervalos. De facto, gosta de escrever à noite.
Além de professor universitário de ecologia, como biólogo dirige
uma empresa de avaliação do impacto ambiental.
Está com aspeto de quem tem vivido nos limites da resistência. O
mesmo se deve passar com a esposa, única hematologista do país.
Querido Amigo/a, de Portugal ou do Brasil,
com pouco pode ajudar muito, leia aqui
Olá, Majo!
ResponderEliminarObrigada, amiga, por pesquisares e divulgares.
Moçambique, o meu país do coração, merece tão linda e sentida homenagem.
"morre-se tudo
quando não é o justo momento"
Grande escolha, amiga.
Beijo, boa semana.
Majo... bela sua partilha em jeito de homenagem!!!
ResponderEliminarBj e que Deus os proteja!
Um grito bem feito e essa situação é tremendamente triste. Uma pena! Coitado desse povo! Dó é o que sentimos! Lindas as poesias trazidas! Há mesmo muiiiiiito a falar, como comentaste! beijos, chica, linda semana!
ResponderEliminar"morre-se tudo
ResponderEliminarquando não é o justo momento"...
Mia Couto a dizer sempre as palavras certas, as palavras que me faltam para exprimir a minha tristeza por tudo o que aconteceu. Ao ver as imagens fica-se com um nó na garganta como se a lama se nos pegasse à pele… Obrigada, Majo por lembrar aqui a tragédia que nos magoa.
Uma boa semana.
Um beijo.
No es posible guardar silencio ante una tragedia de estas magnitudes y lo más triste es la conciencia de que somos los hombres de nuestra especie los que podemos tener la culpa de esta situación y del cambio que estamos produciendo en el clima. Lo siento como un dolor propio, porque no es la muerte la mayor de las calamidades que han caido sobre todos ellos.
ResponderEliminarPor motivos personales, estaré alejada de mis blogs y de los temas que publico. No obstante, deseo y espero cumplirlo, seguiré pasando, de vez en cuando por vuestros blogs para que sigamos en contanto. Esta nota es la que dejaré en todos los blogs hasta que complete mi listado de contactos. Un abrazo.
Uma homenagem, grito de indignação trazidos com sensibilidade por vc neste post . Bjs
ResponderEliminarOi Majo muito pertinente a sua partilha em forma de homenagem aos sobreviventes desta tragédia
ResponderEliminarIrmanados num sentimento de solidariedade aqui estamos todos numa corrente do bem por todos que sofrem. As poesias do Mia retratam com fidelidade esse momento devastador e triste
Um beijo carinhoso e uma linda semana
Olá, Majo
ResponderEliminarFeliz por reencontrar aqui Mia Couto em poemas que me dizem muito.
Uma homenagem sentida. Importante a divulgação de como se pode contribuir
para ajudar os povos massacrados pela tragédia que se abateu sobre
Moçambique e outros países vizinhos.
Continuarei, durante alguns dias, a homenagear Moçambique através
dos seus escritores, matéria que me é cara.
E, sim, penso que temos muitas afinidades. :)
Beijinhos
Olinda
É de uma tristeza imensa o que aquela gente está a passar, com o muito pouco que tinham e sem nada agora.
ResponderEliminarAbraço
😉
Olhar D'Ouro - bLoG
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Olhar D'Ouro – yOutUbE * Visitem & subcrevam
Muito triste o que lá está a acontecer, um país já com tanta gente pobre e agora ainda isto. :( Beijinhos querida Majo.
ResponderEliminar--
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Muito, muito triste!
ResponderEliminarAdorei a postagem!
Coisas de uma Vida.
Beijo e uma excelente semana.
O meu novo blogue https://imagensquedispensampalavras.blogspot.com/
Que lástima, por mais uma vez a África sofrer açoites. A Mia Couto traduziu em palavras tristes, a triteza estabelecida naquele surrado solo. Triste ver pessoas sofrendo do jeito que os africanos sofrem. Aqui reclamamos , mas lá vive-se um ar repleto de fragelos. Que Deus estenda suas mãos para mãe Africa. Grande abraço , Majo. Postagem que nos leva à reflexão da vida.
ResponderEliminarTriste ver os efeitos destrutivos de uma natureza atacada Majo. Aqui corremos o risco de um ciclone em Salvador inclusive com alerta, mas este perdeu as forças, mas o mar se elevou e muitas orlas foram arrasadas para desespero dos que exploram o turismo e outros que vivem da pesca totalmente proibida neste período de inicio de Outono.Mas lemos Mia e sentimos o peso da morte em vida. Olhamos para as imagens e entendemos quão sofrimento passa o povo e espera-se, que a solidariedade se manifeste por todo o mundo. Muito boa sua postagem e chamado às ajudas para um povo já sofrido, agora castigado amargamente pela natureza. É um sofrimento sem fim.
ResponderEliminarÉ quando sentimos o valor das águas e acendemos o farol, para o desperdício que há no mundo.
Que as dores se amenizem, que as tragedias se arrefeçam. Um pouco de paz para o mundo.
Enquanto isso Minas vive sob tensão de mais uma barragem na cidade de Barão de Cocais. Não está nada fácil respirar uma paz neste ano. Que Deus tenha compaixão de nós.
Uma boa semana abençoada amiga.
Beijo.
Bom ter partilhado como ajudar. O povo moçambicano é um povo mártir. Uns anos, são secas ferozes, noutros inundações, e agora o Ciclone. Uma tristeza.
ResponderEliminarAbraço
Há campanhas de recolha de donativos aqui em Macau.
ResponderEliminarAs imagens são absolutamente arrepiantes.
Beijinho
Que desgraça, pobre povo!
ResponderEliminarSaí do blog da amiga Olinda, com Mia Couto lindamente na poesia 'Companheiros' e chego aqui e outra bela homenagem na figura desse poeta magnífico, sensível.
Dá muita pena em ver aquele povo num sofrimento enorme. Que Deus amenize o sofrimento da gente de Moçambique.
Beijo, querida amiga Majo.
não há morte
que se baste
para se deixar de viver.
Excelente e muito louvável postagem.
ResponderEliminarEu, que tenho no meu currículo 7 anos de África, sinto uma grande dor ao ver tanta destruição e consequente sofrimento dum povo já tão sofrido.
Há muitos anos que sou fã incondicional de Mia Couto. Para além da poesia tem livros (em prosa) extraordinários. Ao lê-los "sinto-me em casa"...
O vídeo é muito bom, e a foto que encima o post é... Moçambique!!!
Abraço solidário àquele bom povo que merecia melhor sorte.
Feliz Terça-feira e uma boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Não há vida que se baste para definir a morte, digo eu ao ver tamanha destruição e desalento. O tempo é inexorável nos seus dois sentidos - o tempo cronológico e o tempo atmosférico. Não dá de freia-lo ou pedir-lhe clemência... Triste é a vida desse povo submetido as mais diversas adversidades. Solidariedade e a misericórdia de Deus! Abraços! Laerte.
ResponderEliminarFicamos com o coração miúdo de ver tanto sofrimento e destruição.
ResponderEliminarAs intempéries da natureza não oferece clemência e lança a sua fúria causando grande desalento para aquele já tão sofrido
Os poemas do Mia Couto harmonizaram perfeitamente nesta sua bela homenagem
Beijokinhas linda amiga
Muita tristeza por África, Majo!. Lindíssimo post. Toda minha admiração e respeito por Mia Couto, e por você, que dedicou seu tempo e espaço para tentar fazer o mínimo possível pelo povo Africano.
ResponderEliminarJá compartilhei no face book, depois de ir ao link que você deixou.
O que eu lamento muito, além da tragédia natural, é o descaso de alguns países e pessoas que insistem em falar sobre ajuda humanitária à Venezuela e nesse triste momento se calam. Simples: as vitimas são pobres e pretos.
Boa tarde Majo,
ResponderEliminarUma tragédia enorme que muito me entristece e que decerto não deixou ninguém indiferente.
Mia Couto em dois poemas que podiam ter sido escritos hoje.
Muito bonita e justa esta homenagem e apelo em favor de um povo que tanto sofreu e continua a sofrer.
A minha solidariedade.
Beijinhos,
Ailime
Não é que não tenha dado conta da tragédia que atingiu Moçambique, mas a sua chamada de atenção não deixa de ser oportuna. Bem haja por isso.
ResponderEliminarSolidariedade carinhosa e amiga! Triste demais o ocorrido, Majo!...
ResponderEliminarObrigada pelos parabéns por lá... A blogosfera tem suas alegrias e aprendizados, vale a pena compartilhar e, receber também, nos bons blogs como os seus.
Abç
Viva , Majo.
ResponderEliminarMandei-te um mail. Recebeste?
Pois não tenho vindo á blogosfera.
Quanto ao ser solidário, nem é preciso dizer nada. Com tanta informação , quem gostar de ajudar e sentir a tragédia , fá-lo.
Beijinho
Querida Amiga.
EliminarDeves ter usado novamente o endereço antigo...
vou investigar o que se passa.
Quanto à postagem, deves perceber que ela não é dirigida spmente
aos meus queridos amigos portugueses (cujos responsáveis políticos
descobriram que tinham que ajudar, ao fim de uma semana!!!)
ELA TAMBÉM É DIRIGIDA AOS MEUS QUERIDOS AMIGOS BRASILEIROS QUE SE
HABITAM UMA VASTÍSSIMA ZONA DO BRASIL QUE VAI DO RIO GRANDE DO SUL
AO CEARÁ E INCLUI MiNAS GERAIS, BRASÍLIA E INTERIOR DE S PAULO.
MAIS OU MENOS INTELETUAIS, TODOS TEMOS EM COMUM, UM GRANDE AMOR PELA
LÍNGUA PORTUGUESA.
MIA COUTO OCUPA HÁ 20 ANOS, A CADEIRA Nº5 DA ACADEMIA BRAS. DE LETRAS.
Grata por teres colaborado.
Abraço afetuoso.
~~~~
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarAna, lamento não teres percebido o espírito da minha mensagem.
EliminarSe todos derem muito pouco, esse muito pouco transforma-se realmente em muito.
Sabes bem que no Brasil nunca houve só pobres... Não consta que nenhum dos meus amigos, nem os seus amigos, não possa dispor de 5 reais para uma doação.
Quanto a não seres inteletual... deu-te desta vez para seres espírito de contradição!
Se te dedicasses mais aos blogues dos teus amigos, isso passava-te.
'Madame, le professeur' escreveste um texto espantoso! Sorrssssss...
Querida Ana Amiga, gosto muito de ti.
Recebe o meu terno abraço e uma beijoca estalada.
Beijinhos para os teus meninos.
~~~~
Compreendo, Ana. Tudo de bom, Amiga.
Eliminar~~~~
uma grande tragédia Majo, os elementos revoltam-se de vez em quando e mostram a sua força, será na sequencia dos "maus tratos" que os humanos lhes dirigem, não há explicação para o sofrimento dessas pessoas e a morte que surge da mãe natureza
ResponderEliminarA cidade da Beira era espetacular!!! :
https://www.youtube.com/watch?v=Upj8DsEyPD0
A Cruz Vermelha afirma que mais de 90 por cento da cidade da Beira, capital da província moçambicana de Sofala, ficou destruída após a passagem do ciclone Idai por Moçambique, Zimbabué e Malaui…(14.3.2019)
Estive a ler Majo:
Depois de Maputo, a Beira é o segundo maior porto marítimo para o transporte internacional de cargas de e para Moçambique.
Antes da independência, a Beira destacava-se por seu porto marítimo bem equipado, uma das principais instalações de seu tipo em toda a África Oriental, e também pelo turismo, pesca e comércio. A cidade prosperou como um porto cosmopolita com diferentes comunidades étnicas (portugueses, indianos, chineses, africanos indígenas) empregadas na administração, no comércio e na indústria.
Cidadãos ilustres (wikipedia)
Mia Couto (* 1955) escritor
Chiquinho Conde (* 1965), futebolista
Pedro Boese (* 1972) artista
Carlos Cardoso (* 1951) ( † 22 de novembro de 2000, Maputo) jornalista
José Rodrigues dos Santos (*1964) jornalista e escritor português
Maria Rueff (*1972) atriz portuguesa
Deus queira que a ajuda chega ao maior numero de pessoas !
Também com Mia Couto
ResponderEliminartodos não somos demais
Esta triste tragédia não nos deixou indiferentes e cada um de nós pode sim se solidarizar com o sofrimento dos nossos irmãos. Muito linda e oportuna a sua partilha querida Majo
ResponderEliminarBeijinhos no core
Desta vez a tragédia numa terra tão bonita. E Mia Couto a sofrer e a amaciar. Desta terra só pode sair gente valorosa. E de África todos temos um pouco.
ResponderEliminarEstás sempre onde deves estar, querida Majo. Há várias formas de luta,
Beijos.
É de uma dor tamanha mesmo para quem está longe, imaginando o que uma gente que já pouco tem, sem nada ficou e fazem das tripas coração para se reerguer.
ResponderEliminarTodos somos Moçambique.
😉
Olhar D'Ouro - bLoG
Olhar D'Ouro - fAcEbOOk
Olhar D'Ouro – yOutUbE * Visitem & subcrevam
A tristeza e ador é tão cruel, que me questino sobre muita coisa.
ResponderEliminarNeste momento é tempo de solidariedade com este povo
Meu coração está partido e triste ....
:(
Muita gente vê as imagens de África e não entende. Nem pode entender. Para a entender tem de a viver.
ResponderEliminarÁfrica é uma calamidade PERMANENTE, por culpa nossa, por culpa deles, não é apenas neste tipo de EMERGÊNCIAS, quando as populações ficam sem qualquer tipo de suporte de sobrevivência. Aquela gente vive permanentemente nas mais precárias condições. Não se trata de não ter dinheiro ou conta bancária, é não ter pão para a boca, teto para se abrigar, roupa para se cobrir, NEM SEMENTES PARA LANÇAR À TERRA QUANDO FOR POSSÍVEL.
Mia Couto tem um peculiar modo de dizer o perto e o longe, o sol é a chuva, os grandes espaços, o respirar da terra, o pulsar do povo...
Beijo, amiga Majo.
Depois desta grandeza de sensibilidade e fraternidade , as palavras prendem-se às imagens torturantes e inclementes. Tanta beleza que um sopro de nuvens carregadas de tudo, tudo leva e destrói. A poesia do fabuloso Mia Couto, embalada com a quase plangência da música, transporta-nos para confins inimagináveis.
ResponderEliminarNão conheço África mas há nela um não sei quê de mistério que atrai. Também não sei porquê, mas o povo moçambicano toca-me, chama-me.
Este seu trabalho, querida Majo, é de uma beleza arrepiante!
Muito obrigada por isso e também pela maravilhosa partilha.
E que poupem a Terra para que os mais desprotegidos, mesmo sem tecto, sejam mais respeitados
Terno Abraço!
A região de África atingida pela tragédia nos comove, é como se estivéssemos no convés de barco abandonado, que nos deixa cansados. Com a solidariedade de todos este barco vai superar as adversidades. Não os deixaremos sozinhos nesta travessia, neste escuro caminho...
ResponderEliminarFraternal abraço, Majo!
Majo,
ResponderEliminarFinalmente as águas serenaram e
aqui estou.
Os versos são lindos.
As imagens tocantes.
A iniciativa de solidariedade
é bela e tocante.
Gosto de ler aqui e de comentar
com calma.
Feliz mês de Abril para nós todos.
Bjins
CatiahoAlc.
~~~
ResponderEliminarDE MUITO POUCO, SE PODE FAZER REALMENTE MUITO SE TODOS SE EMPENHAREM
EM DOAR UM POUCO.
É URGENTE AGIR.
AMIGOS, OS MEUS ABRAÇOS CORDIAIS.
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Uma tragédia inimaginável... nem tenho palavras... sendo absolutamente comoventes os testemunhos de quem perdeu tanta coisa... e fala de tal, com uma aceitação e uma serenidade, impressionantes... como tenho acompanhado em alguns meios de comunicação...
ResponderEliminarExtraordinária homenagem, Majo... e meio de ajuda, este seu post!...
Beijinho
Ana
Água que nasce da fonte, serena do mundo, que nasce do profundo brotão... Temos que preservar esse recurso tão precioso.
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