... Canções populares portuguesas ... com surpresa ...
Medley Canções de Abril - 36º Aniversário
** A vitória pela democracia **
~~ 50 ANOS DE LIBERDADE! ~~
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COMEMORANDO
O CINQUENTENÁRIO
DA REVOLUÇÃO DE 25/04/74
QUE DERRUBOU A DITADURA
TRIBUTO A TODOS
OS AUDAZES
QUE OUSARAM ENFRENTÁ-LA.
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~~ Com estrofes de Poetas de Abril ~~
Este é o tempo
Da selva mais obscura/
Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura/
Esta é a noite/Densa de chacais
Pesada de amargura
Sophia B Andresen
~~ Sobre a ditadura ~~
Eu não estava em casa nessa noite, filho,
estava a afinar o coração pelo tom
das mais belas melodias que alguém pode aprender
para dar a quem ama a paz de um sono
sem tormento.
~~ Um obreiro civil da Revolução ~~
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Pátria sem rumo, minha voz parada
Diante do futuro!
Em que rosa-dos-ventos há um caminho
Português?
Um brumoso caminho/De inédita aventura
Miguel Torga
Dão-nos um bolo que é a história
da nossa história sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo.
Natália Correia
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre
Mas, embora escondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
Jorge de Sena
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É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras
Eugénio de Andrade
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo....
Sophia B Andresen
E pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga
Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício/
Como a voz do mar
Interior de um povo
Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Manuel Alegre
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que o homem sonha,
o mundo pula e avança...
António Gedeão
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«Esta é a noite/ Densa de chacais/ Pesada de amargura» -- Versos de Sophia Andresen
Deixo o meu testemunho, para quem não vivenciou a ditadura...
Hoje, falo-vos de delação e do medo numa sociedade realmente perturbada.
Todos sabem que a PIDE (polícia int de defesa do estado) prendia e torturava todos que
se insurgiam contra a prepotência do regime. Acontecia frequentemente que se ocorresse
uma conversa de desabafo num café, aparecia a PIDE, com os seus carros e levava tudo
para o xadrez. Foi assim que o doce do meu primo de 15 anos passou uma noite na prisão.
Isto acontecia porque, por todo o lado, havia delatores... Em cada café, em cada povoado,
ou associação, havia colaboradores da PIDE, que criavam um clima de suspeição e receio.
Premiava-se a delação, a polícia impunha-se pelo medo numa sociedade triste e insegura.
Continua...
MajoDutra
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25 DE ABRIL, SEMPRE!