MÚSICA
~~ 1902 - 1987 ~~ ... Início do percurso do poeta de Itabira ... |
passado, quando os cientistas descobriram que o subsolo deste estado continha o maior jazigo
do mundo, que toda a beleza de montanhas, vales, rios, ribeiros e cachoeiras
do mundo, que toda a beleza de montanhas, vales, rios, ribeiros e cachoeiras
daquela esplêndida região coberta de Mata Atlântica, ficou condenada, a favor do aço.
Foi Getúlio Vargas logo no início do seu mandato em 3 de Novembro de 1930,
que entregou Itabira à avidez das multinacionais.
que entregou Itabira à avidez das multinacionais.
Só dez anos depois, em 1942, foi formada a companhia «Vale do Rio Doce»
Com a construção duma barragem para a lavagem do minério, a fazenda do Pontal,
com a habitação dos Andrades à beira-rio, foi inundada,
A casa foi desmontada pela companhia e reconstruída - pasme-se - 30 anos depois!
Casa em Itabira onde o poeta passou a 2ª parte da infância e a juventude. |
«Meu pai montava a cavalo, ia para o campo,
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho, menino entre mangueiras,
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
... ... ...
Minha mãe ficava cosendo´
olhando para mim:
- Psiu, não acorde o menino.
Para o berço onde pulou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
Eu não sabia que a minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.»
~~ Memória ~~
«Amar o perdido
deixa confundido
este coração
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
Muito mais que lindas,
essas ficarão.»
Para mim, o estado Minas Gerais era uma lindíssima região verdejante,
com montanhas cobertas de mata e abundantes cursos de água...
Foi ao ler o canto triste do meu amigo, lamentando a morte do seu rio - o Rio dos Peixes
que atravessa Itabira - onde já não é possível pescar ou tomar banho;
que fui investigar a origem de tanta tristeza nostálgica e tomei conhecimento deste drama.
Está longa a história, mas quero frisar que a agressão da mineração é tão drástica que obriga
a construção permanente de bairros, sendo os anteriores devastados pelas máquinas.
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Madrinhamiga
ResponderEliminarDe novo a vida de Jornalista: conheci Drummond de Andrade e com ele conversei durante uma tarde na sua casa no Rio de Janeiro em 1983, ou seja quatro anos do seu falecimento. Era um homem muito complexo, tão depressa me disse que não gostava da obra que parira para momentos depois a citava com exemplo do Modernismo Brasileiro.
Enfim foi uma conversa lona, pois trazia um recado para me aturar do Jorge Amado. Enfim vida d jornalista...
A escolha dos poemas é criteriosa e excelente, muitos parabéns.
Bjs da Raquel e qjs do afilhado Leãozão (que ainda não te conhecemos ao vivo...)
O Poeta tinha,
Eliminarentão, 81 anos e andava entretido a fazer poemas erótico- pornográficos...
Nem sempre as pessoas conservam a sua lucidez e discernimento, porém, o
facto é que nos deixou peças inesquecíveis e uma obra significativa.
Esta homenagem é uma introdução.
Dias refrescados e noites deliciosas.
Beijinhos e abraços para ambos.
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Excelente homenagem a Drummond, poeta queimensamente admiro.
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Um beijo e obrigado, MAJO.
Grata pelo carinho, João.
EliminarBeijo, amigo.
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Carlos Drummond de Andrade a merecer, aqui, uma simples mas maravilhosa homenagem.
ResponderEliminarBeijo, Majo.
Uma cumplicidade que me encanta...
EliminarBeijo, amigo.
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A sua poesia no combate às multinacionais da mineração, na sua amada Minas Gerais. Faleceu bem antes de acontecer mais uma tragédia por lá:
ResponderEliminarhttp://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/11/1710155-barragem-rompida-e-que-levou-a-desastre-ambiental-tinha-lama-da-vale.shtml
Era uma luta muito desigual...
EliminarHoje há biólogos e engenheiros de ambiente que obrigam o tratamento
das zonas devastadas, mas não conseguiram impedir o imenso desastre
humano e ecológico que citou.
Serão necessários mais peritos para fiscalizarem as obras da Vale.
Fico muito reconhecida pelo seu contibuto e apoio, Manuel...
Que calor!
Dias refrescados e bons passeios nocturnos...
Abraço amigo.
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Maravilhoso Drummond!!
ResponderEliminarBeijos, Majo :)
Concordo, ME.
EliminarDias memoráveis...
Beijos, querida amiga.
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Oh, que linda homenagem ao nosso Drummond.
ResponderEliminarCriticas perfeitas e verdadeiras dos estragos em nome do progresso e da riqueza.
Itabira é hoje um retrato na parede, dizia ele da dor, bom que ele não viu ao vivo, a devastação de sua historia, pois já não voltava mais à cidade e até sua morte não tínhamos velocidade das informações com imagens. Eu menino muito fui a esta fazenda, que hoje por ironia fica pertinho da casa de minha mãe de onde posso olhar buscando o rio que a margeava e os pé de jabuticabas e laranjeiras que rodeavam a casa.A cidade tem várias homenagens a ele e nenhuma o fez voltar para ver. As novas pós morte, reescrevem os caminhos Drummonianos, assim como este monumento no Pico do Amor, a reconstrução da fazenda.
Enfim sua postagem fez um belo retrato de Drummond e seu mundo no inicio da vida.
Parabéns amiga. Gosto muito desta poesia que nos define.Ainda vamos falar muito de Drummond.
Meu carinhoso abraço de toda paz.
Bjs com carinho no seu coração.
É muito gratificante saber que gostou e aprovou a minha homenagem ao Poeta.
ResponderEliminarFico muito grata por relatar os seus testemunhos sobre os lugares drummonianos.
Falaremos muito de Drummond, sim, querido amigo.
Dias harmoniosos e agradáveis.
Carinhoso abraço.
Beijo de paz.
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Obrigada pelo carinho e incentivo, Francisco.
ResponderEliminarTemos de no proteger do calor e aproveitar as noites magníficas...
Beijinho, amigo.
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Gostei da selecção de poemas. Gosto muito de Drummond.
ResponderEliminarParabéns pelos post que tem colocado, Majo:)
Beijinhos e um bom fim-de-semana:)
A nossa cumplicidade mantém-se...
EliminarAgradeço o incentivo.
Dias muito agradáveis e noites de verão deliciosas.
Beijinhos.
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Ah...quando li Itabira pensei em segundos: aí vem Drummond!! Beleza de homenagem a um dos nossos maiores poetas- senão o maior.
ResponderEliminarBeijos, amiga!
Concordo quando se refere ao elevado valor literário de Drummond
Eliminarde Andrade.
Um fim de semana otimamente passado.
Beijos, Taís amiga.
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Poemas que denotam a indiferença do homem com a ecologia. Pensa que a mesma é infindável! Poemas cantam alegrias e decantam as tristezas das aberrações humanas! Drummond com sua sensibilidade e Antonio Reis fazem-nos refletir!
ResponderEliminarAbraço.
Tem razão, Célia. Os direitos que enriquecem alguns sobrepõem-se
Eliminarao equilíbrio ecológico e da população autóctone.
Tudo evolui com uma lentidão desesperadora.
Abraço, Célia.
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Que maravilha! Não posso deixar de pensar naquilo que é preciso para desenvolver vocações. O que seria deste poeta se tivesse nascido e crescido em outro lugar ? O que seria dele e da sua poesia?
ResponderEliminarAlda, que pertinentes e fecundas considerações!
EliminarRealmente, num poeta, as recordações infantis e juvenis permanecem
como raízes principais.
Um contributo muito interessante...
Dias refrescados e noites otimamente aproveitadas.
Beijo.
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Um magnífico post, onde é contextualizada a poesia escolhida do grande poeta.
ResponderEliminarGostei imenso, minha amiga.
Majo, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Agradeço o apoio e o carinho, Jaime.
EliminarAproveita bem estas tardes e inícios de noite fantásticos...
Beijo, amigo.
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Querida Majo,
ResponderEliminaradoro o poeta e a tua pesquisa e edição está perfeita!
Beijinho
Agradeço muito o apoio e incentivo.
EliminarDias muito agradáveis. Ana.
Beijinho.
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Como gostei desta postagem.
ResponderEliminarMuito obrigada.
bom fim de semana
um beijo
:)
Grata pelo carinho.
EliminarDias agradibilíssimos.
Beijo sorridente.
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Retrato da ganância que tudo arrasa à sua volta. E tal como aconteceu em Itabira, aconteceu em tantas outras partes do globo, em que a natureza e o homem são implacavelmente sacrificados aos interesses financeiros individuais!
ResponderEliminarMundo triste esse, como cantou o poeta!
Tens toda a razão, MJ.
EliminarÉ difícil frear a avidez dos poderosos.
O teu contributo é sempre importante...
Beijinho.
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A História é feita de múltiplas estórias. Sempre de vida, seja qual for o seu enquadramento.
ResponderEliminarMagnífico post, Majo!
Um beijinho :)
Fico reconhecida pelo apoio e incentivo, AC.
EliminarDias agradáveis.
Beijinho.
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que coisas interessantes aqui encontro sobre o Brasil e os seus poetas...
ResponderEliminarbeijo
É agradável saber que gostaste...
EliminarBeijo, amigo.
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Majo,
ResponderEliminarParabéns pelo registo afectuoso e profundo, mostrando a terra e o poeta, a casa, a paisagem e o poema. Mais, o resultado dos tempos sobre essa paisagem.
Li o seu outro post mas é um tema controverso para mim, pois acho que as tradições e as memórias se devem preservar e perpetuar; sou amiga dos animais, tenho três gatos mas se as tradições se perdem...
Beijinho.:))
Gostei de saber que gostou do meu trabalho sobre Drummond de Andrade.
EliminarQuanto às tradições - para não se perderem - ainda estaríamos com
os espetáculos com arena de gladiadores, servos da gleba, escravos
e barbaridades deste género...
Não é justo que massacrem um animal, espetando-o para se esvair em
sangue e, só então, dar a estocada libertadora...
Uma ferocidade que não respeita minimamente o animal, com a benção
do santo...
Puro obscurantismo que dá muito dinheiro aos senhores da arena, aos
matadores e ao turismo.
Beijinho. ll: ((
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Majo, a foto da casa com o pequeno Drummond está bem pertinho de casa da minha mãe, bem como o monumento onde tem este Drummond sentado num banco.
ResponderEliminarVendo estas fotos é para mim uma viagem ao meu bairro, à minha Itabira.
Muitas vezes estive nesta fazenda para apanhar jabuticabas, goiabas, laranjas e pescar.
Era para nós menino soltos da época, um belo passeio.
Bjs amiga.
Deus te cuida.
Gosto muito de conhecer esses pormenores, Toninho.
EliminarContinuarei a falar da cidade que brilha e do seu Poeta e,
então, pedirei mais detalhes...
Que Deus o proteja.
Beijo, meu amigo.
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Poeta que bem me impressionou na adolescência!
ResponderEliminarObrigada pela dádiva e pelo apontamento histórico inscrito não só nas palavras, mas também nas imagens!
beijinho
Grata fico eu pelo apreço e apoio.
EliminarBeijinho amigo, Graça.
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Mais uma postagem muito cuidada: gosto imenso de Drummond e esta homenagem permitui-me conhecer o seu contexto social.
ResponderEliminarQuantos crimes ambientais se cometem! Na minha região está em curso a barragem do Tua. Entendo os motivos mas não sei se, a longo prazo, não se verificará que foi um erro.
Bjo, amiga :)
(Por cá, as temperaturas estão elevadíssimas. Só à noite e depois de começar a correr um fresquinho, é que venho ao pc.)
Fico-te muito reconhecida pela tua apreciação.
EliminarTenho ouvido falar dessa barragem... É sempre uma devastação em termos
ecológicos, que impõe à natureza longos anos de adaptação...
Sou das pessoas que lamenta o fim da linha do Tua... São essas tradições
que aprecio.
Também estou com o tempo para o pc, muito limitado.
Beijo, Odete amiga.
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Hoje, ao rever o meu comentário, dei conta de um lapso; corrijo: permitiu.
EliminarBelo post bem completo...
ResponderEliminarAdoro...
Um post de qualidade incrível, Majo!
ResponderEliminarUma tremenda homenagem, a este grande poeta!...
Adorei! Beijinho!
Ana